O futebol, com sua imprevisibilidade e paixão, mais uma vez provou ser uma caixinha de surpresas. Antes de a bola rolar na fase semifinal da Copa do Brasil, o cenário indicava dois favoritos claros. Enquanto no confronto entre Fluminense e Vasco a expectativa era de um Fluminense em excelente fase superando um Vasco em má fase, na quarta-feira à noite, no Mineirão, a história parecia já escrita.
Com o estádio lotado, esperava-se que o Cruzeiro, dono da casa e um dos grandes nomes do futebol nacional sob o comando de Leonardo Jardim, repetisse o domínio visto em 23 de novembro, quando fez 3 a 0 no Corinthians no mesmo palco. A Raposa, sólida e terceira colocada de um campeonato com gigantes como Flamengo e Palmeiras, era o grande favorito para o confronto contra um Corinthians que vinha de uma temporada irregular no Brasileirão.
A Reviravolta Inesperada no Mineirão
Contrariando todas as expectativas, o Cruzeiro não conseguiu impor seu jogo nos primeiros minutos. Foi o Corinthians, com uma escalação modificada e mais eficiente para a Copa do Brasil, que se destacou. Com a volta de Memphis Depay e Yuri Alberto no ataque, e uma equipe ousada, o Timão foi superior e abriu o placar aos 21 minutos com um belo gol de Memphis, fruto de uma jogada bem construída. O baque foi sentido pelo Cruzeiro, que pouco produziu na primeira etapa, surpreendido pela atuação enérgica e eficiente do Alvinegro.
O ‘Modo Copa’ Acionado
A vitória corintiana reacendeu uma questão recorrente: o time parece jogar apenas quando quer. Enquanto o desempenho no Brasileirão foi decepcionante, em momentos decisivos, o Corinthians se transforma. Essa capacidade de superação já havia sido demonstrada na conquista do Campeonato Paulista, evitando o tetracampeonato do Palmeiras, e na própria Copa do Brasil, eliminando o maior rival. Contra um adversário que foi superior em quase todo o ano, o Corinthians não se intimidou e mostrou que, na hora da verdade, sua garra e estratégia podem inverter qualquer favoritismo.
Defesa Sólida e Eficiência Tática
No início da segunda etapa, o Cruzeiro finalmente buscou o que se esperava dele, pressionando mais. No entanto, a equipe mineira abusou dos chuveirinhos, o que facilitou o trabalho da sólida defesa corintiana, liderada por André Ramalho e Gustavo Henrique. Mesmo sob pressão, o Corinthians conseguiu manter-se perigoso, aproveitando os espaços concedidos e honrando a ideia de só jogar quando a disputa é crucial. O time paulista demonstrou uma organização tática e uma entrega que faltaram em muitos momentos da temporada, mas que apareceram em Minas para inverter um favoritismo que parecia inquestionável.
O Impacto da Vitória
A vitória não apenas coloca o Corinthians com um pé na final da Copa do Brasil, mas também serve como um lembrete do poder de superação do clube em competições mata-mata. A atuação contra o Cruzeiro, um time elogiado e um dos maiores campeões da Copa do Brasil, é um marco. O ‘Modo Copa’ foi ativado, e o Timão, mais uma vez, provou que em jogos decisivos, o futebol vai além da lógica e do favoritismo prévio, entregando emoção e resultados inesperados para sua torcida.