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2025/12 — Crise no São Paulo: Aliados de Casares se distanciam e preparam pedido de afastamento em meio a escândalos

O presidente do São Paulo, Julio Casares, vê seu apoio esfacelar-se dentro da própria base que o elegeu. Conselheiros que outrora o apoiavam agora se juntam à oposição em um movimento que culminou na preparação de um pedido formal de afastamento do dirigente. A crise interna se intensifica, abalada por investigações de supostos desvios em vendas de atletas e um esquema de comercialização irregular de camarotes no MorumBis.

Dissidentes históricos e oposição unem forças contra Casares

Ao menos 22 conselheiros deliberativos, que faziam parte da coalizão de apoio a Casares, tornaram-se dissidentes e assinaram um documento solicitando o afastamento do presidente. Somando-se às 58 assinaturas já reunidas pela oposição, o número de conselheiros que formalizaram o desejo de saída de Casares chega a, no mínimo, 80. Entre os que romperam com o atual mandatário, destacam-se figuras influentes como Carlos Belmonte, ex-diretor de futebol e potencial candidato à presidência em 2026, e Vinicius Pinotti, ex-diretor executivo e consultor da presidência, que se afastou após as denúncias de desvios.

Investigações e escândalos abalam a gestão

A instabilidade política no clube ganhou força após a divulgação de um áudio que expôs um esquema clandestino de venda de um camarote no estádio em dias de shows. Diretores envolvidos na gravação se afastaram de seus cargos, e o Ministério Público de São Paulo requisitou a abertura de um inquérito policial. Paralelamente, a Polícia Civil apura supostos desvios de verba em negociações de atletas do clube, envolvendo outros diretores. Esses escândalos criaram um clima de tensão e fortaleceram a oposição na busca pelo afastamento de Casares.

Caminho para o impeachment e possíveis desdobramentos

O processo de impeachment contra Julio Casares depende da convocação de uma reunião extraordinária pelo presidente do Conselho Deliberativo, Olten Ayres, em até 30 dias após o recebimento dos pedidos. Caso a votação ocorra, será necessária uma maioria qualificada de dois terços do Conselho (171 votos) para um afastamento provisório. Posteriormente, uma Assembleia Geral de sócios, com maioria simples, ratificaria a decisão. Na eventualidade de destituição, o vice-presidente Harry Massis Junior assumiria o cargo até a eleição de 2026, que, no São Paulo, é indireta e realizada pelos conselheiros.

Instabilidade financeira e o futuro da presidência

O São Paulo atravessa um período de dificuldades financeiras, o que torna a crise política ainda mais delicada. A saída de nomes como Carlos Belmonte já havia fragilizado a gestão, mas os recentes escândalos adicionaram uma nova camada de instabilidade. A oposição, agora fortalecida e com apoio de ex-aliados de Casares, visa não apenas o afastamento do atual presidente, mas também a construção de um projeto para as eleições de 2026, buscando reconfigurar os rumos do clube.

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