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2025/12 — Dirigente do Flamengo profere Ofensa a jornalista em evento de resultados

Jogada10

A apresentação dos resultados financeiros de um dos maiores clubes de futebol do Brasil, o Flamengo, foi palco de um incidente que rapidamente eclipsou os impressionantes números revelados. Em uma terça-feira, 23 de dezembro, enquanto o clube celebrava um faturamento recorde de R$ 2,1 bilhões, uma ofensa de dirigente do Flamengo a uma proeminente jornalista de um grande grupo de comunicação reverberou, gerando uma onda de repúdio e solidariedade. O episódio, que envolveu o presidente Luiz Eduardo Baptista, conhecido como Bap, e a jornalista Renata Mendonça, trouxe à tona discussões cruciais sobre respeito profissional, liberdade de imprensa e o investimento no futebol feminino, desviando o foco dos feitos econômicos do rubro-negro carioca para uma polêmica de cunho pessoal e profissional.

Contexto financeiro e a denúncia anterior

Recorde de faturamento e a questão do futebol feminino

O Flamengo, uma das potências do futebol sul-americano, divulgou na última terça-feira, 23 de dezembro, um faturamento que estabelece um novo marco na história dos clubes brasileiros, atingindo a impressionante cifra de R$ 2,1 bilhões. Este valor, que reflete uma gestão financeira robusta e o sucesso em diversas frentes, deveria ser o principal destaque do evento de apresentação. No entanto, o brilho desses números foi ofuscado por uma controvérsia que envolveu o presidente Luiz Eduardo Baptista, conhecido no meio esportivo como Bap, e a jornalista Renata Mendonça.

A origem da tensão remonta a uma reportagem investigativa veiculada pela jornalista em outubro. Em sua matéria, Renata Mendonça expôs uma discrepância flagrante: apesar do orçamento bilionário do Flamengo, os recursos destinados ao futebol feminino eram considerados ínfimos. Aprofundando a denúncia, a jornalista não apenas apresentou dados financeiros, mas também utilizou um vídeo para contrastar a realidade. Enquanto o futebol masculino desfrutava de uma “estrutura cinematográfica”, o Centro de Treinamento (CT) feminino apresentava problemas estruturais graves, com exemplos claros de mau estado em chuveiros e torneiras. Essa reportagem levantou questões sérias sobre a prioridade e o investimento na modalidade feminina dentro de um clube de tamanha envergadura, colocando em xeque o compromisso da diretoria com a equidade de gênero no esporte.

A denúncia de Renata Mendonça não era meramente uma crítica, mas um levantamento de fatos que apontavam para uma lacuna significativa no tratamento dispensado às equipes femininas, contrastando fortemente com o opulento cenário financeiro geral do clube. Essa abordagem detalhada e baseada em evidências é característica do trabalho da jornalista, reconhecida por sua atuação e apoio irrestrito ao desenvolvimento do futebol feminino no Brasil. A reportagem, ao invés de ser absorvida como um estímulo para melhorias, pareceu ter sido percebida como um ataque pessoal pela diretoria, culminando na infeliz declaração durante o evento.

O incidente e a repercussão imediata

Declaração controversa e o repúdio generalizado

Foi durante a tão aguardada apresentação dos resultados financeiros do Flamengo que o presidente Luiz Eduardo Baptista (Bap) proferiu as declarações que provocariam uma vasta onda de indignação. Em um momento que deveria ser de celebração dos recordes financeiros do clube, Bap dirigiu-se publicamente à jornalista Renata Mendonça, utilizando termos pejorativos e fazendo um ataque pessoal. A declaração exata, que rapidamente se espalhou e gerou debate, foi: “‘Tem lá a ‘nariguda da Globo’ que fica falando mal da gente e tudo mais, do futebol, que não estimula. Dá vontade de falar: ‘Filha, convence a sua empresa a colocar R$ 20 milhões por ano em direito de transmissão que a coisa fica melhor. Mas pau que dá em João tem de bater em Maria também’”.

Essa fala, carregada de misoginia e desrespeito, atingiu não apenas a jornalista em questão, mas toda a classe profissional e, em especial, as mulheres que atuam em posições de visibilidade. O uso do termo “nariguda” é uma ofensa direta à aparência física de Renata Mendonça, enquanto a sugestão de que ela deveria “convencer a sua empresa” a investir mais no futebol feminino demonstra uma tentativa de desqualificar a crítica e desviar a responsabilidade do clube para o veículo de comunicação ou para a própria jornalista. A finalização com o provérbio “pau que dá em João tem de bater em Maria também” é particularmente problemática, reforçando uma retórica agressiva e sexista que minimiza a violência verbal.

Como era de se esperar, a repercussão foi imediata e avassaladora. As declarações de Bap instantaneamente ofuscaram os impressionantes números financeiros do Flamengo. O que deveria ser uma notícia positiva para o clube transformou-se em um escândalo. A imprensa e as redes sociais reagiram com veemência, manifestando solidariedade a Renata Mendonça. A jornalista, que é amplamente respeitada por sua expertise e seu incansável apoio ao futebol feminino, tornou-se o centro de um debate sobre a necessidade de respeito e ética no esporte e na comunicação. A comunidade jornalística, em peso, defendeu a colega e condenou a postura do dirigente, ressaltando a importância da liberdade de imprensa e da crítica construtiva.

A resposta institucional e a defesa do jornalismo

A nota de repúdio e o clamor por respeito profissional

Diante da gravidade das declarações do presidente do Flamengo, a resposta institucional não tardou. Um dos maiores grupos de comunicação do país, ao qual a jornalista Renata Mendonça está vinculada, emitiu uma nota oficial repudiando veementemente o ocorrido. O comunicado expressou a posição firme do grupo contra qualquer forma de ataque pessoal e sexista. “O grupo de comunicação repudia o ataque gratuito e misógino do dirigente do Flamengo a uma de suas profissionais e reitera seu profundo respeito às mulheres e a opiniões críticas que não ofendam nem insultem quem quer que seja”, declarou a nota, sublinhando o compromisso com a dignidade de seus colaboradores e com o debate respeitoso.

A repercussão estendeu-se para além das notas oficiais, mobilizando a comunidade jornalística em um clamor uníssono por respeito profissional. Um dos exemplos mais marcantes veio de um renomado comentarista esportivo, que sublinhou a necessidade de decoro e educação no tratamento entre profissionais. “Por outro lado, a noite gloriosa da apresentação das contas do Flamengo. Mas só não precisava esbarrar na deselegância. Afinal, todo profissional tem nome e sobrenome, a não ser quando, em alguns casos, um apelido ou a soma de letras parece mais forte, como Bap, para Luiz Eduardo Baptista. Portanto, Renata Mendonça é jornalista profissional e e, como tal, merece ser chamada pelo nome e pelo sobrenome”, destacou o especialista. Sua fala ressaltou a importância de reconhecer a identidade e o profissionalismo de cada indivíduo, contrapondo-se à despersonalização e à vulgarização implícitas no ataque.

Este episódio reacendeu o debate sobre o papel do jornalismo na fiscalização e crítica das instituições esportivas, especialmente em um cenário onde a imprensa muitas vezes se vê na linha de frente para defender pautas importantes como a igualdade de gênero no esporte. A solidariedade e as manifestações de repúdio não são apenas uma defesa da jornalista Renata Mendonça, mas um alerta sobre a intolerância a comentários que desqualificam profissionais por sua aparência ou por seu gênero, buscando silenciar vozes críticas. A situação sublinha que, mesmo em momentos de grande sucesso financeiro, a ética e o respeito devem prevalecer sobre qualquer manifestação de arrogância ou autoritarismo.

Lições e o caminho para o respeito no esporte

O incidente envolvendo o presidente do Flamengo e a jornalista Renata Mendonça transcende a mera polêmica pontual, revelando desafios persistentes no ambiente esportivo. Em vez de ser um palco para a celebração de conquistas financeiras históricas, o evento se transformou em um doloroso lembrete sobre a necessidade urgente de combater a misoginia e o desrespeito no esporte e na comunicação. A ofensa pessoal e gratuita desferida contra uma profissional que exercia seu direito de questionar e informar destacou como a liderança de grandes instituições ainda pode falhar na promoção de um ambiente de diálogo construtivo e respeito mútuo.

O episódio serve como um catalisador para a reflexão sobre o tratamento dado ao jornalismo investigativo, especialmente quando ele aponta falhas ou discrepâncias, como no caso do investimento no futebol feminino. A robustez financeira de um clube não pode ser pretexto para ignorar ou desqualificar críticas legítimas, tampouco para atacar a integridade de profissionais. É imperativo que os líderes esportivos compreendam a importância de uma imprensa livre e ética, que desempenha um papel fundamental na transparência e na evolução do esporte. A solidariedade expressa por veículos de comunicação e por colegas jornalistas reforça a união da categoria na defesa de seus princípios e da dignidade de seus profissionais.

Para além da condenação do ato, o ocorrido abre espaço para um debate mais amplo sobre a cultura de respeito dentro dos clubes e na esfera pública. O caminho para um ambiente esportivo verdadeiramente inclusivo e profissional exige que as declarações e atitudes dos dirigentes estejam alinhadas com os valores de igualdade e respeito, reconhecendo o valor e a legitimidade de todas as vozes. O desenvolvimento do futebol feminino, em particular, depende não apenas de investimento financeiro, mas de uma mudança de mentalidade que valorize e respeite as atletas e os profissionais que cobrem a modalidade, garantindo que o sucesso em campo seja acompanhado de uma gestão ética e exemplar fora dele.

Perguntas frequentes sobre o caso

Quem é a jornalista Renata Mendonça e qual foi a reportagem que gerou a polêmica?
Renata Mendonça é uma jornalista esportiva de renome, conhecida por seu trabalho em um grande grupo de comunicação e por ser uma das principais especialistas e defensoras do futebol feminino no Brasil. A reportagem que gerou a polêmica foi veiculada em outubro, na qual ela expôs a disparidade entre o bilionário orçamento do Flamengo e os recursos ínfimos destinados ao futebol feminino, além de denunciar problemas estruturais graves no CT da modalidade, como o mau estado de chuveiros e torneiras.

Qual foi a declaração exata do dirigente do Flamengo e por que ela causou tanta revolta?
O presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista (Bap), declarou: “Tem lá a ‘nariguda da Globo’ que fica falando mal da gente e tudo mais, do futebol, que não estimula. Dá vontade de falar: ‘Filha, convence a sua empresa a colocar R$ 20 milhões por ano em direito de transmissão que a coisa fica melhor. Mas pau que dá em João tem de bater em Maria também’”. A revolta se deu pelo caráter pejorativo, misógino e pessoal da ofensa, que atacou a aparência da jornalista e tentou desqualificar sua crítica legítima sobre o investimento no futebol feminino, além de usar uma frase de cunho agressivo e sexista.

Como a mídia e a comunidade jornalística reagiram ao incidente?
A reação foi de amplo repúdio e solidariedade à jornalista Renata Mendonça. O grupo de comunicação ao qual ela pertence emitiu uma nota oficial condenando o ataque como “gratuito e misógino”. Além disso, jornalistas de diversos veículos manifestaram seu apoio, reforçando a importância do respeito profissional, da liberdade de imprensa e da necessidade de se abordar críticas com decoro, como exemplificado pela fala de um renomado comentarista esportivo que defendeu que a jornalista fosse tratada pelo seu nome e sobrenome.

Qual a importância deste episódio para o debate sobre o futebol feminino?
Este episódio reforça a urgência do debate sobre o investimento e o respeito ao futebol feminino. Ao tentar silenciar uma crítica construtiva sobre a falta de recursos e infraestrutura para a modalidade, o incidente inadvertidamente deu ainda mais visibilidade à causa. Ele evidencia que a luta pela igualdade no esporte não se resume apenas a números e investimentos, mas também à forma como as mulheres e as pautas relacionadas a elas são tratadas e respeitadas no ambiente esportivo e midiático.

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Fonte: https://esporte.ig.com.br

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