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2025/12 — Gui Khury, prodígio do skate apoiado por Tony Hawk, celebra o pro-model e a transição para um estilo “de homem”

O reconhecimento de uma lenda

Gui Khury, o jovem skatista curitibano que vem quebrando barreiras desde os seis anos, atingiu um marco significativo em sua carreira: o recebimento de seu primeiro modelo de shape profissional (a prancha de skate) pelas mãos de Tony Hawk, seu mentor e ídolo. O presente inesperado ocorreu durante os treinos para o X-Games de Salt Lake City e representou, para Gui, mais do que qualquer troféu conquistado. “Acho que o pro-model foi a coisa mais importante para mim”, declarou ao Estadão.

O pro-model, um item cobiçado no universo do skate, significa ter um produto assinado em seu nome por uma marca, conferindo identidade ao atleta e gerando royalties. No caso de Gui, a marca é a Birdhouse, pertencente ao próprio Tony Hawk. “Você se profissionalizar no skate é uma coisa muito difícil de acontecer, ainda mais pela Birdhouse. Não é todo mundo que consegue. Também sendo brasileiro em uma marca gringa… é difícil de acontecer isso”, ressaltou o jovem.

De recordes a objetivos olímpicos

A trajetória de Gui Khury é marcada por feitos impressionantes desde a infância. Aos seis anos, foi o mais jovem a completar um aéreo de 540 graus, seguido pelo 720 aos sete. Aos oito, repetiu o feito de Tony Hawk ao ser o mais novo a acertar um 900 (dois giros e meio no ar). Aos 11, tornou-se a primeira pessoa a realizar um 1080 (três giros completos) na modalidade vertical.

Apesar de sua maestria no vertical, modalidade não olímpica, Gui sonha em competir nos Jogos. Essa aspiração o levou a aprimorar suas habilidades no park, uma modalidade que combina manobras aéreas em uma pista com obstáculos. A transição, embora desafiadora, foi bem-sucedida, culminando em feitos como o primeiro 900 em uma competição de park durante o Mundial deste ano, onde conquistou o bronze.

Crescimento físico e adaptação ao park

O desenvolvimento físico de Gui nos últimos anos tem sido um fator crucial em seu desempenho. Mais alto e forte, o skatista percebeu uma mudança significativa em seu estilo de andar, que ele descreve como “de homem, não de criança”. Esse amadurecimento, aliado à força recém-adquirida, permite voos mais altos, maior fluidez na pista e a execução de manobras complexas com mais confiança.

“Estou muito bem no park agora por causa do crescimento também, bastante. Dei uma crescida ano passado, esse ano eu cresci muito. Eu acho que isso que deu a virada de chave para o park. E de ter um rolê mais de homem, não de uma criança, também muda muita coisa”, explicou.

Influência e futuro olímpico

Gui Khury também atribui sua evolução no park à influência de companheiros curitibanos como Japinha e Luigi Cini, medalhista olímpico e líder do ranking STU, respectivamente. “Eu aprendi muito com o Luigi e o Japinha. Eu sempre andava muito de skate com eles no parque, no vertical, na mega rampa, tudo”, compartilhou.

O sonho olímpico de Gui, embora não se concretize em Los Angeles-2028 na modalidade vertical, pode ganhar força com o lobby de Tony Hawk junto ao Comitê Olímpico Internacional (COI) para uma exibição em Los Angeles e a possível inclusão da modalidade em Brisbane-2032. “Sei que é muito cedo para falar sobre as Olimpíadas, mas eu acho que do jeito que eu estou indo nos campeonatos, do jeito que eu estou evoluindo, que eu estou crescendo, acho que tem uma possibilidade grande de eu estar em Los Angeles”, vislumbra.

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