A eleição de José Antonio Kast à presidência do Chile representa uma guinada política significativa, levando a ultradireita ao poder em um país historicamente comandado pela esquerda. Sua plataforma é marcada por propostas que visam reprimir a imigração, flexibilizar as leis trabalhistas e restringir direitos sociais, refletindo uma abordagem conservadora e nacionalista.
Linha Dura na Imigração e Segurança de Fronteiras
Um dos pilares da campanha de Kast é a imigração. Ele propõe uma abordagem de linha dura nas fronteiras, inspirada em modelos internacionais. O presidente eleito visitou as “megaprisões” salvadorenhas construídas por Nayib Bukele, defendendo um modelo similar para o Chile, além de uma zona de fronteira militarizada. Kast também elogiou ex-líderes como o brasileiro Jair Bolsonaro e o norte-americano Donald Trump, e prometeu criar uma força policial especializada, nos moldes do ICE (Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA), para rastrear e deportar rapidamente imigrantes indocumentados.
Reforma Econômica e Flexibilização Trabalhista
No campo econômico, as propostas de Kast incluem a flexibilização das leis trabalhistas, cortes nos impostos corporativos e a redução da regulamentação estatal. Embora se espere que ele modere algumas de suas propostas de cortes de gastos consideradas irrealistas, sua plataforma busca reformular a economia chilena para atrair investimentos e estimular o crescimento, incorporando também ideias de seus principais rivais de direita.
Posicionamento Conservador em Questões Sociais
Kast adota uma postura conservadora em relação a direitos sociais. Ele já afirmou que pretende revogar os direitos limitados ao aborto no Chile e proibir a venda da pílula do dia seguinte. Embora tenha focado em outras questões durante a campanha recente, ele reiterou sua posição, declarando: “Eu apoio a vida desde a concepção até a morte natural”, quando questionado sobre o assunto em debates televisivos.