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2025/12 — Presidente do Cuiabá acusa título do Corinthians de estelionato esportivo

Mauro Cezar comenta a situação financeira do Corinthians no Bate-Pronto

A recente conquista da Copa do Brasil de 2025 pelo Corinthians, embora celebrada pela torcida, desencadeou uma tempestade de críticas e acusações nos bastidores do futebol nacional. No centro da polêmica está Cristiano Dresch, presidente do Cuiabá, que classificou o sucesso esportivo do Timão como “estelionato esportivo”. A indignação de Dresch, que ganhou destaque em debates especializados, fundamenta-se na dívida considerável que o clube paulista mantém com o Cuiabá pela aquisição do volante Raniele. O dirigente mato-grossense argumenta que o Corinthians conseguiu montar um elenco altamente competitivo, capaz de levantar troféus, sem honrar seus compromissos financeiros com clubes credores, levantando sérias questões sobre a integridade das competições e o equilíbrio do cenário esportivo brasileiro.

As acusações do Cuiabá e o impacto financeiro

A raiz da contenda reside em uma dívida significativa. O Cuiabá alega que o Corinthians deve aproximadamente R$ 18 milhões referentes à compra do volante Raniele. O ponto nevrálgico da crítica de Cristiano Dresch é a percepção de que o Corinthians, ao construir um time capaz de vencer campeonatos como a Copa do Brasil, o fez enquanto negligenciava pagamentos cruciais a outras equipes. “O Corinthians montou um time competitivo sem pagar quem devia, utilizou esses atletas e foi campeão. Isso compromete a credibilidade das competições”, declarou o presidente do Cuiabá, sublinhando a tese do “estelionato esportivo”. Esta prática, segundo o dirigente, distorce a competição, pois clubes que cumprem suas obrigações financeiras se veem em desvantagem contra aqueles que usufruem de talentos sem arcar com seus custos. O montante devido, somado a outras pendências, representa um fardo financeiro que, segundo Dresch, não deveria ser dissociado do sucesso em campo.

Transfer ban e a “mudança de postura” exigida

A gravidade da situação foi confirmada pela Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD) da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que impôs um “transfer ban” ao Corinthians. Esta sanção impede o clube de registrar novos jogadores até que suas pendências financeiras sejam regularizadas. A CNRD foi explícita ao exigir uma “demonstração de mudança de postura”, indicando que a estratégia de parcelamentos sucessivos seguidos por novos atrasos não será mais tolerada. O objetivo é forçar uma gestão financeira mais responsável e transparente, garantindo que os compromissos sejam cumpridos. O caso Raniele é apenas um dos muitos que contribuem para essa medida drástica, que coloca o Corinthians sob forte pressão e limita suas opções no mercado de transferências, impactando diretamente o planejamento esportivo para futuras temporadas.

O debate sobre o desequilíbrio esportivo e o Fair Play Financeiro

A discussão levantada pelas declarações de Dresch ressoou amplamente entre analistas e jornalistas esportivos, que aprofundaram a análise sobre as implicações para o cenário do futebol. O tema central girou em torno da integridade das competições e da necessidade urgente de um Fair Play Financeiro mais rigoroso no Brasil, moldado em modelos europeus que buscam equilibrar as finanças dos clubes para evitar a criação de vantagens injustas.

Análises críticas e o risco de rebaixamento

Entre os comentaristas, Mauro Cezar Pereira foi um dos mais veementes apoiadores da lógica apresentada pelo presidente do Cuiabá. Para ele, a prática de contratar atletas e não efetuar os pagamentos correspondentes gera um desequilíbrio esportivo inaceitável. “O clube que pagou tudo direitinho é eliminado por um adversário que contratou jogadores que não deveria porque não pagou as dívidas. Está tudo errado”, enfatizou o jornalista, apontando para uma falha sistêmica que distorce a meritocracia do esporte. Mauro Cezar foi ainda mais longe ao sugerir que a punição ideal para gestões insolventes deveria ser o rebaixamento, argumentando que isso forçaria os clubes a se reestruturarem financeiramente antes de poderem competir novamente nas divisões de elite. Essa perspectiva visa proteger a integridade da competição e evitar que dívidas recorrentes se tornem uma ferramenta para o sucesso imediato, promovendo uma governança mais séria.

Mauro Beting, por sua vez, descreveu a fala de Dresch como “irretocável” sob o ponto de vista administrativo. Apesar de reconhecer o mérito e o esforço dos jogadores e da comissão técnica em campo, Beting destacou que a “caixa de Pandora” das finanças do Corinthians, com uma dívida total que se aproxima dos R$ 3 bilhões, inevitavelmente mancha a gestão e o brilho dos títulos. Essa dualidade entre o sucesso esportivo e a crise financeira subjacente é um tema recorrente na história recente do clube, gerando questionamentos sobre a sustentabilidade de resultados obtidos em meio a desajustes financeiros.

Ameaças de punições e dívidas adicionais

Bruno Prado e Vitor Boni complementaram a discussão, alertando para a constante ameaça de sanções por parte da FIFA e da CNRD que paira sobre o Corinthians. Além da dívida com o Cuiabá, o clube tem outras pendências internacionais e nacionais significativas. Uma delas é a dívida de R$ 40 milhões com o Santos Laguna, do México, pela contratação do zagueiro Félix Torres, que se arrasta há um tempo considerável. Há também relatos de atrasos de pagamentos a jogadores importantes do elenco, como Rodrigo Garro, Matías Rojas e Maycon, o que agrava ainda mais a situação interna e a relação com o elenco. Essas dívidas acumuladas não apenas comprometem a capacidade de investimento futuro do clube, mas também colocam em xeque sua sustentabilidade a longo prazo e a conformidade com as regras de Fair Play Financeiro, que buscam coibir a irresponsabilidade. A insistência da CNRD em uma “mudança de postura” reflete a urgência de uma reestruturação profunda para evitar colapsos financeiros e esportivos ainda maiores.

Conclusão

As acusações do presidente do Cuiabá e as análises subsequentes expõem uma fissura profunda entre o sucesso momentâneo em campo e a responsabilidade financeira fora dele. O caso do Corinthians e seu “estelionato esportivo” levantam um alerta crucial para o futebol brasileiro, evidenciando a necessidade imperativa de um Fair Play Financeiro robusto e rigoroso. A ausência de regras claras e punições efetivas permite que clubes acumulem dívidas, comprometendo a equidade e a credibilidade das competições. É fundamental que as entidades reguladoras implementem mecanismos que garantam a saúde financeira dos clubes, protegendo o esporte de práticas insustentáveis que distorcem a lisura. O sucesso imediato, como o título da Copa do Brasil e a vaga na Libertadores, pode ser uma máscara para crises financeiras que, como sugerido por analistas, podem levar a cenários de instabilidade prolongada, tal qual o vivido por outras grandes equipes.

Perguntas frequentes (FAQ)

O que significa “estelionato esportivo” neste contexto?
Neste contexto, “estelionato esportivo” refere-se à prática de um clube construir e manter um elenco competitivo, capaz de conquistar títulos, sem honrar seus compromissos financeiros com outros clubes, jogadores ou credores, gerando uma vantagem injusta na competição e desequilibrando o ambiente esportivo.

Qual o valor da dívida do Corinthians com o Cuiabá?
O Corinthians deve cerca de R$ 18 milhões ao Cuiabá, referentes à contratação do volante Raniele. Esta dívida é um dos pontos centrais da polêmica levantada pelo presidente do Cuiabá e motivou o “transfer ban” imposto ao clube paulista.

O que é um “transfer ban” e como ele afeta o Corinthians?
Um “transfer ban” é uma sanção imposta por órgãos reguladores do futebol, como a CNRD ou a FIFA, que impede um clube de registrar novos jogadores. No caso do Corinthians, a proibição de registrar atletas permanece até que o clube comprove a quitação de dívidas específicas, limitando sua capacidade de reforçar o elenco e impactando seu planejamento.

Quais outras dívidas importantes o Corinthians enfrenta?
Além da dívida com o Cuiabá, o Corinthians possui uma dívida de R$ 40 milhões com o Santos Laguna (México) pela compra do zagueiro Félix Torres e atrasos de pagamentos a jogadores importantes do elenco, como Rodrigo Garro, Matías Rojas e Maycon. A dívida total do clube se aproxima dos R$ 3 bilhões.

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Fonte: https://jovempan.com.br

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