2025/12 — PF detalha encontro de Desembargador Macário Júdice com Rodrigo Bacellar na véspera da prisão de TH Joias por suposto vazamento de informações

A Polícia Federal (PF) revelou que o desembargador Macário Júdice Neto, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), preso nesta terça-feira (16), encontrou-se com o então presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar, na véspera da Operação Oricalco. A ação policial mirava o ex-deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Joias, por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

O encontro, ocorrido em uma churrascaria no Aterro do Flamengo, foi registrado por mensagens encontradas no celular de Bacellar. Segundo a PF, o deputado teria avisado seu assessor Rui Carvalho Bulhões que estava no restaurante com o desembargador.

A investigação, que culminou na prisão de Macário Júdice Neto, é detalhada em decisão proferida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ela descreve uma sequência de fatos que embasam a apuração de um suposto esquema de vazamento de informações sigilosas envolvendo autoridades públicas e integrantes de organizações criminosas no Rio de Janeiro.

A Cronologia dos Fatos

As apurações tiveram início a partir de investigações da Polícia Federal sobre tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, no âmbito da Operação Oricalco. Durante a análise de dados telemáticos e de inteligência, surgiram indícios de que informações sensíveis sobre diligências policiais estariam sendo repassadas antecipadamente a investigados. A PF narra a seguinte cronologia:

  • 1º de setembro: O desembargador Macário Ramos Júdice Neto determinou judicialmente a Operação Oricalco, que tinha como um dos alvos o ex-deputado estadual TH Joias.
  • 2 de setembro, 11h16: Por meio de sua assessoria, o desembargador é informado de que a polícia realizaria a operação no dia seguinte.
  • 2 de setembro, 21h01: Rodrigo Bacellar, presidente da Alerj, comunica a TH Joias sobre a iminência da operação.
  • 2 de setembro, 22h: Um encontro entre Bacellar e o desembargador federal Macário Ramos Júdice Neto é identificado em uma churrascaria no Aterro do Flamengo.
  • 2 de setembro, 22h12: Bacellar troca mensagens com seu assessor, Rui Carvalho Bulhões Júnior, afirmando estar em reunião com o desembargador.
  • 3 de setembro: Data da deflagração da operação policial.
  • Minutos seguintes, 6h27: Bacellar encaminha uma mensagem ao assessor, que, segundo a Polícia Federal, “indicava alinhamento na organização de tarefas e deslocamentos, sem mencionar expressamente a operação”.

A representação da PF e a decisão do STF apontam para uma complexa rede de comunicação que supostamente visava alertar alvos de operações policiais, comprometendo a eficácia das ações investigativas.

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