2025/12 — Jogadores da Ponte Preta anunciam greve por atraso de salários

Em um cenário de incertezas e grave crise financeira, os jogadores da Associação Atlética Ponte Preta anunciaram uma paralisação de suas atividades profissionais. A decisão, comunicada publicamente, é uma resposta direta aos atrasos salariais que se acumulam desde meados do ano, afetando tanto atletas remanescentes da temporada de 2025 quanto os recém-contratados para 2026. A medida drástica foi tomada após meses de espera por uma solução e baseia-se no amparo legal previsto na Lei Geral do Esporte, refletindo a deterioração da relação entre o elenco e a diretoria do clube paulista. Este movimento dos jogadores da Ponte Preta coloca em xeque a preparação para o Campeonato Paulista e a próxima temporada na Série B do Campeonato Brasileiro.

A crise financeira e a decisão dos atletas

A Ponte Preta, tradicional clube do interior paulista, atravessa um momento financeiro extremamente delicado que culminou na drástica decisão de seus atletas. Desde o meio do ano, a equipe enfrenta sérias dificuldades para honrar os compromissos financeiros com seu elenco profissional. Os atrasos não se limitam apenas aos salários mensais, mas abrangem uma série de verbas cruciais para a subsistência e o planejamento dos jogadores. A situação se tornou insustentável, levando a um posicionamento coletivo e firme por parte do grupo.

Os problemas financeiros da Macaca incluem o não pagamento das férias de 2025, o 13º salário referente ao mesmo ano, além de múltiplos meses de salários e direitos de imagem. Em alguns casos, a dívida com os atletas se estende por impressionantes sete meses sem o devido pagamento. Tal cenário impede que os profissionais exerçam suas atividades com a tranquilidade e a segurança financeira necessárias, minando a confiança e o ambiente de trabalho, mesmo em meio às expectativas para a temporada de 2026 e os desafios do Campeonato Paulista.

A nota oficial do elenco e o amparo legal

Em um comunicado formal divulgado no sábado, 20 de dezembro de 2025, o elenco profissional da Ponte Preta, composto por jogadores antigos e novos contratados, oficializou sua decisão de paralisar as atividades. A nota enfatizou a amplitude dos débitos e deixou claro que a medida não é arbitrária, mas sim fundamentada em legislação específica que protege o atleta profissional. A partir de 22 de dezembro de 2025, as atividades seriam suspensas indefinidamente até que todas as verbas em atraso fossem regularizadas.

A base legal para a paralisação está explicitamente citada no § 5º do artigo 90 da Lei Geral do Esporte. Este dispositivo legal confere ao atleta profissional de futebol o direito de recusar-se a competir ou de interromper suas atividades laborais quando seus salários, integral ou parcialmente, estiverem em atraso por dois ou mais meses. A citação da lei no comunicado dos atletas demonstra não apenas a gravidade da situação, mas também a consciência jurídica do elenco em busca da defesa de seus direitos. Essa prerrogativa legal visa proteger a dignidade do trabalhador esportivo e garantir que os clubes cumpram suas obrigações contratuais, evitando a exploração e a precarização das relações de trabalho no esporte.

Conquistas recentes ofuscadas por problemas internos

Apesar do caos financeiro que assola os bastidores, a Ponte Preta conseguiu, de maneira notável, superar as adversidades em campo na temporada anterior. A equipe demonstrou resiliência e foco, culminando na conquista do Campeonato Brasileiro da Série C. Este triunfo não apenas rendeu um título importante para a história do clube, mas também garantiu o acesso à Série B do Campeonato Brasileiro para a próxima temporada, um feito que por si só deveria trazer um novo alento e esperança de estabilidade.

O sucesso esportivo, contudo, contrasta drasticamente com a turbulência administrativa e financeira que se arrasta. A promoção para a segunda divisão nacional é um passo crucial para a sustentabilidade do clube, prometendo maior visibilidade e, teoricamente, um incremento nas receitas. No entanto, a crise atual ameaça minar esses benefícios, criando um ambiente de incerteza que pode comprometer a performance e a permanência na categoria recém-conquistada, mostrando que o sucesso dentro das quatro linhas nem sempre reflete a realidade da gestão do clube.

O calendário esportivo e o impacto da paralisação

Antes de iniciar sua jornada na Série B, a Ponte Preta tem um compromisso de grande importância: o Campeonato Paulista. O estadual é uma vitrine para o futebol do interior e uma oportunidade de enfrentar grandes clubes do estado. A estreia da Macaca está marcada para o dia 11 de janeiro, um domingo, em um clássico regional contra o Corinthians. O confronto acontecerá na Neo Química Arena, em São Paulo, às 16h, prometendo ser um dos jogos de abertura mais aguardados da competição.

A paralisação dos atletas, que se iniciou em dezembro, impacta diretamente a preparação para essa estreia e para todo o Campeonato Paulista. Sem treinos adequados e com o elenco em greve, a capacidade do time de entrar em campo com o nível competitivo esperado é seriamente comprometida. A falta de regularização dos pagamentos pode não apenas afetar o desempenho nos jogos, mas também levar a uma possível debandada de jogadores, minando o projeto esportivo para 2026. A diretoria da Ponte Preta enfrenta agora a urgência de resolver a situação para evitar prejuízos ainda maiores e garantir que o clube possa honrar seus compromissos esportivos.

Consequências e próximos passos

A paralisação dos jogadores da Ponte Preta representa um grave impasse para o futuro do clube. As consequências de tal medida podem ser devastadoras, afetando não apenas a performance esportiva imediata no Campeonato Paulista, mas também a reputação do time, a confiança dos torcedores e a estabilidade de seu elenco a longo prazo. A ausência de uma resolução rápida pode levar à perda de pontos na competição estadual, possíveis sanções e, o mais grave, a desvalorização do patrimônio humano do clube, visto que atletas insatisfeitos podem buscar rescisões contratuais ou saídas litigiosas.

Para a diretoria da Ponte Preta, o desafio é imenso. A prioridade máxima deve ser a negociação com o elenco e a apresentação de um plano concreto para a quitação dos débitos acumulados. Sem a regularização dos pagamentos, o retorno dos atletas às atividades é improvável, colocando em risco a participação da equipe nas competições programadas. O momento exige transparência, responsabilidade e uma gestão eficiente para restaurar a ordem e permitir que o clube, vitorioso em campo, possa se reerguer também nos bastidores, garantindo a tranquilidade necessária para focar exclusivamente nos desafios esportivos de 2026.

Perguntas frequentes (FAQ)

Qual o motivo da paralisação dos jogadores da Ponte Preta?
A paralisação dos jogadores da Ponte Preta foi motivada por múltiplos atrasos no pagamento de salários, férias de 2025, 13º salário de 2025 e direitos de imagem, que em alguns casos se estendem por até sete meses.

Em qual lei os atletas se basearam para a greve?
Os atletas se basearam no § 5º do artigo 90 da Lei Geral do Esporte, que permite ao profissional de futebol recusar-se a competir ou paralisar atividades quando seus salários estiverem atrasados por dois ou mais meses.

Como a paralisação afeta os próximos jogos da Ponte Preta?
A paralisação afeta diretamente a preparação para o Campeonato Paulista, incluindo a estreia contra o Corinthians em 11 de janeiro. Sem treinamentos e com o elenco em greve, a performance e a participação do time nas competições ficam seriamente comprometidas.

Acompanhe as últimas atualizações sobre a crise na Ponte Preta e o desdobramento da paralisação dos atletas para entender os próximos passos do clube.

Fonte: https://esporte.ig.com.br

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