2025/12 — Críticas à Gestão Esportiva: Títulos Não Apagam Falhas Administrativas em Clubes Campeões

O Paradoxo das Conquistas Inesperadas

Grandes torcidas no Brasil ostentam uma capacidade singular de alcançar títulos que, à primeira vista, desafiam a lógica. O Flamengo, em 2009, mesmo com um cenário financeiro precário, conseguiu um acordo com Petković que resultou em mais uma conquista. Em 2013, em meio a um processo de saneamento de contas, o clube levantou a Copa do Brasil, demonstrando que a superação pode vir de diferentes frentes.

Corinthians em Cena: Crise e Glória Simultâneas

O cenário atual do Corinthians espelha essa dualidade. Em meio a dívidas expressivas, crises institucionais, financeiras, morais, policiais e políticas, o clube sagrou-se campeão paulista contra seu maior rival e conquistou a Copa do Brasil. O trabalho de Dorival Júnior, sob uma estrutura marcada por dificuldades visíveis, foi coroado com títulos, evidenciando a resiliência em campo, apesar dos entraves fora dele.

A Necessidade de Integridade em Todas as Esferas

É fundamental que os méritos administrativos e as conquistas em campo não sirvam como escudo para as deficiências em outras áreas. O que é bem executado dentro das quatro linhas não pode ser ofuscado por falhas em gestões extracampo. Os maus exemplos de conduta e as infrações às regras, como as que permearam a trajetória do Corinthians, não devem ser utilizados como justificativa para práticas inadequadas em outros clubes.

O Alerta para o Futuro: Evitar a “Lei do Jeitinho”

A mentalidade de que “de qualquer jeito, o time ganha” precisa ser combatida. Essa postura, que por anos impregnou a cultura de alguns clubes, não pode se repetir. Mesmo em meio a turbulências, a superação dos rivais e a conquista de títulos não podem ser o único parâmetro de sucesso. A busca por premiações, muitas vezes conquistadas por meios questionáveis, e a manutenção de dívidas vultosas são sinais de alerta que não podem ser ignorados. A cobrança por uma gestão transparente e ética deve ser constante, tanto por parte dos dirigentes quanto dos torcedores conscientes, que anseiam por um futebol mais íntegro e exemplar.

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