Críticas à ambição do Flamengo
O CEO da nova gestão do Grêmio, Alex Leitão, criticou abertamente a postura do Flamengo nas discussões sobre os direitos comerciais do futebol brasileiro. Segundo o dirigente, o clube carioca almeja transformar o Campeonato Brasileiro em um modelo semelhante ao da Bundesliga, com o Flamengo assumindo um papel dominante, assim como o Bayern de Munique na liga alemã.
“O que o presidente do Flamengo quer é que o Brasileirão se transforme em uma Bundesliga, onde o Flamengo seja o Bayern de Munique. De cada dez campeonatos, ele vai ganhar nove. Isso é o que ele quer, e é legítimo”, declarou Leitão em entrevista ao portal GZH. Para o CEO gremista, a estratégia faz sentido do ponto de vista do Flamengo, mas exige uma reação coordenada dos demais clubes.
A necessidade de união e equilíbrio financeiro
Leitão ressaltou que o problema não reside na ambição do Flamengo, mas sim na falta de articulação política dos outros clubes. “Agora, os outros 19 clubes precisam se juntar e impedir que isso aconteça”, enfatizou. Ele acredita que a discussão central gira em torno da forma como os direitos de transmissão e comerciais são negociados no Brasil.
O dirigente defendeu a redução das disparidades financeiras entre os clubes como forma de evitar um campeonato previsível. “O que a gente precisa fazer para que o Campeonato Brasileiro não se transforme em uma Bundesliga é diminuir as diferenças. A distribuição desses direitos tem de ser um pouco mais consciente para todos”, argumentou, destacando a importância da força coletiva nas negociações.
Negociação conjunta de direitos e modelos internacionais
Ao comentar o impasse envolvendo a Libra, Leitão considerou a postura do Flamengo legítima, mas questionou a estratégia de negociações individuais. “Um clube indo ao mercado vender 19 jogos e outros 19 clubes vendendo 361 partidas… você acha que um bloco com 361 jogos não tem uma força talvez até maior?”, provocou, defendendo a venda conjunta dos direitos.
Por fim, o CEO do Grêmio afirmou que está trabalhando pela construção de uma liga unificada no futebol brasileiro, citando modelos internacionais como referência. “Venho de experiências de liga nos Estados Unidos. A NFL e a MLS mostram que esse é o melhor caminho. No meu entendimento, tem dinheiro em cima da mesa que a gente está perdendo hoje”, concluiu.