A pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta terça-feira (16), projeta um cenário desafiador para a oposição nas eleições presidenciais de 2026, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vencendo o senador Flávio Bolsonaro (PL), o governador Ratinho Jr. (PSD) e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em ambos os turnos. A análise do cenário, feita por Pedro Venceslau no CNN 360°, aponta que Flávio Bolsonaro, apesar de ser um possível representante do bolsonarismo, enfrenta barreiras significativas que impedem a transferência automática de votos, principalmente a falta de carisma e a ausência de apoio do Centrão. O levantamento foi realizado entre 11 e 14 de dezembro, já capturando o anúncio de Flávio como pré-candidato.
A Falta de Carisma e a Alta Rejeição
Segundo Venceslau, Flávio Bolsonaro “já começa batendo no teto e tem uma rejeição imensa”, herdando a aversão ao bolsonarismo sem possuir o carisma do pai, Jair Bolsonaro, para sustentar uma candidatura presidencial. O analista compara a situação com a de 2018, quando Lula, mesmo preso, conseguiu transferir votos para Fernando Haddad. No entanto, ele ressalta que as circunstâncias são distintas: em 2018, Lula detinha o controle absoluto do campo da esquerda, sem adversários à vista, o que facilitou a transferência. Flávio não desfruta dessa mesma condição dentro do espectro político da direita.
O Peso do Centrão na Construção Eleitoral
Além da ausência de carisma, outro fator crucial que enfraquece as chances de Flávio Bolsonaro é a falta de conexão e apoio do Centrão. “Não tem o carisma do pai e também não tem as conexões do pai e não tem o apoio do Centrão”, explicou Venceslau. Ele enfatiza que o Centrão é um ator político pragmático, “muito sensível à chamada expectativa de poder”, ou seja, busca se alinhar com candidatos que demonstrem maior potencial de vitória e governabilidade.
Tarcísio de Freitas: A Aposta do Centrão para 2026
Nesse contexto, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, emerge como a opção mais viável para representar a oposição, na leitura do Centrão. Com uma rejeição menor do que qualquer membro da família Bolsonaro e um histórico sem acusações de corrupção, Tarcísio é visto como um nome capaz de crescer nas pesquisas. O apoio do Centrão poderia oferecer-lhe tempo de exposição, estrutura eleitoral e tempo de TV, elementos cruciais para uma campanha presidencial competitiva. “Na leitura do Centrão, apesar de todas as pesquisas, quem tem a expectativa de poder na oposição é o Tarcísio de Freitas”, afirmou Venceslau. O analista ainda destacou que Tarcísio já comanda o maior colégio eleitoral do país e não possui o que se chama de “telhado de vidro”, ou seja, vulnerabilidades que poderiam ser exploradas por adversários durante a corrida eleitoral.
