Arrecadação Histórica Impulsionada por Acordos Estratégicos
O Clube de Regatas do Flamengo celebrou um marco financeiro sem precedentes ao registrar uma receita de R$ 2,1 bilhões em 2025, primeiro ano da gestão do presidente Luiz Eduardo Baptista, conhecido como Bap. Este valor supera em 30% a previsão orçamentária de R$ 1,6 bilhão e representa um salto expressivo em relação aos R$ 1,3 bilhão arrecadados em 2023. O novo patrocínio master com a Betano, avaliado em R$ 268,5 milhões anuais e estendido a diversas modalidades esportivas e plataformas de comunicação do clube, foi um dos pilares para este resultado. Além disso, o desempenho vitorioso em competições como o Brasileirão e a Libertadores, e uma estratégia de vendas de atletas que rendeu quase R$ 545 milhões – bem acima dos R$ 228 milhões previstos –, contribuíram significativamente para a marca histórica.
Vendas de Atletas Superam Metas e Fortalecem Caixa
A negociação de atletas se mostrou uma fonte de receita excepcionalmente lucrativa para o Flamengo em 2025. O clube arrecadou aproximadamente R$ 545 milhões com a venda de jogadores, superando em muito a meta de R$ 228 milhões. Destaques incluem as transferências de Wesley para a Roma por R$ 162,2 milhões, Gerson para o Zenit por R$ 160,6 milhões, e Alcaraz para o Everton por R$ 96 milhões. Essa performance nas vendas resultou em um caixa livre de R$ 218 milhões, 35% acima da expectativa de R$ 161 milhões, demonstrando a eficiência na gestão financeira e a valorização dos talentos formados ou adquiridos pelo clube.
Visão de Futuro: Novo Estádio e Resistência à SAF
Para 2026, o Flamengo projeta uma menor dependência da venda de jogadores, com o objetivo de manter e reforçar o elenco atual, priorizando a redução da idade média dos atletas para otimizar o desempenho em temporadas longas. Paralelamente, o clube avança em projetos de infraestrutura, como a construção de um novo estádio. Após negociações com a prefeitura para obter um prazo maior para as obras de contrapartida e o apoio da Fundação Getúlio Vargas (FGV) para reduzir o custo do projeto de R$ 3 bilhões para R$ 2,2 bilhões, o Flamengo demonstra visão de longo prazo. No entanto, o presidente Bap expressou forte resistência ao modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF), alertando para os riscos de clubes utilizarem a conversão para justificar gestões ineficientes e criticando a pressão externa por essa mudança.
Riscos e Estratégias para Manter a Liderança
Apesar do sucesso financeiro, o Flamengo identificou potenciais ameaças ao seu modelo de gestão e desempenho. A proliferação das SAFs no futebol brasileiro é vista como um desafio competitivo, com a projeção de que o Flamengo possa se tornar a única associação no Brasileirão de 2029. O clube ressalta a necessidade de manter a máxima eficiência para competir com clubes que recebem injeção de capital externo. Outras preocupações incluem a instabilidade legislativa em áreas como direitos de transmissão, impostos e apostas esportivas, o risco de entrada de dinheiro ilegal no esporte e a possibilidade de reformas estatutárias que comprometam a responsabilidade na gestão. O presidente Bap defende a manutenção do modelo associativo como forma de garantir a sustentabilidade e a independência do clube.