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"title": "Novo Presidente do Chile: Congresso Dividido Impõe Desafio de Negociação Crucial para Governabilidade de Jara ou Kast",
"subtitle": "Quem quer que vença a disputa presidencial entre a candidata de esquerda Jeannette Jara e o ultradireitista José Antonio Kast, terá de buscar acordos e apoios no parlamento para avançar com a agenda política do país.",
"content_html": "<p>O Chile se prepara para escolher seu próximo presidente neste domingo (14), com uma disputa polarizada entre Jeannette Jara, candidata da esquerda e membro do Partido Comunista, e José Antonio Kast, representante da ultradireita e fundador do Partido Republicano. No entanto, independentemente do resultado das urnas, uma certeza paira sobre o futuro líder chileno: a necessidade imperativa de governar com um Congresso profundamente dividido.</p><p>O cenário político, delineado após as eleições de novembro – que definiram os membros da Câmara dos Deputados e do Senado, além do primeiro turno presidencial – revela que nenhuma força política conquistou maioria absoluta em qualquer uma das casas legislativas. Essa fragmentação força o futuro presidente a um caminho de negociações parlamentares constantes para aprovar qualquer proposta.</p><h3>Cenário de Fragmentação Parlamentar</h3><p>Para José Antonio Kast, o quadro de uma eventual negociação poderia ser ligeiramente mais favorável. Ele recebeu o apoio de figuras importantes da direita tradicional e ultradireita, como Evelyn Matthei e Johannes Kaiser. Com esses endossos, o bloco de forças de direita se aproxima de uma possível maioria em ambas as câmaras, embora ainda sem garantia.</p><h3>A Composição do Senado Chileno</h3><p>No Senado, que teve 23 das 50 cadeiras renovadas, a distribuição ficou assim: a aliança de esquerda Unidad por Chile, que apoia Jara, conquistou 11 das novas vagas, totalizando 20 assentos. A direita tradicional, representada pela aliança Chile Grande y Unidos, obteve 18 cadeiras, enquanto a ultradireita da aliança Cambio por Chile, alinhada com Kast, garantiu sete. As três vagas restantes foram para a aliança Verdes, Regionalistas e Humanistas, e há ainda dois legisladores independentes.</p><p>Dessa forma, o bloco de forças de direita (Chile Grande y Unidos e Cambio por Chile) soma 25 vagas, exatamente metade do Senado, necessitando de um voto adicional para qualquer maioria simples.</p><h3>A Câmara dos Deputados e os Votos Decisivos</h3><p>Na Câmara dos Deputados, onde todas as 155 cadeiras foram renovadas, a situação é similar. A esquerda da Unidad por Chile lidera com 61 vagas. Em seguida, a ultradireita do Cambio por Chile tem 42 assentos, e a direita tradicional do Chile Grande y Unidos, 34. O Partido Popular, do candidato presidencial Franco Parisi, obteve 14 cadeiras, enquanto os Verdes, Regionalistas e Humanistas conquistaram três, e há um deputado independente.</p><p>Neste caso, o bloco de forças de direita (Chile Grande y Unidos e Cambio por Chile) soma 76 assentos, necessitando de apenas mais dois votos para alcançar a maioria absoluta.</p><h3>A Negociação como Imperativo Político</h3><p>Com esses números, analistas políticos concordam que a negociação será a única saída para a governabilidade. Mónica Ríos Tobar, diretora para a América Latina e Caribe da International IDEA, ressaltou que reformas cruciais, como as da Constituição chilena, exigem quatro sétimos dos votos em cada câmara, uma margem que nenhum dos blocos alcançará sozinho.</p><p>Nesse contexto, os 14 votos do Partido Popular na Câmara dos Deputados se tornam fundamentais, transformando-o em um "pivô essencial para a governabilidade do país", conforme explicou Ríos. Cristóbal Huneeus Lagos, analista e economista, ecoa essa visão, afirmando que Kast, caso vença, "terá que mudar o foco" e buscar apoio da centro-direita, pois, apesar de uma possível votação expressiva, enfrentará um Congresso que não estará a seu favor, tal como o atual presidente Gabriel Boric.</p>"
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