2025/12 — Corte de juros no Brasil em 2026: especialistas apontam cenário favorável
O ano de 2026 projeta-se como um período de potencial reversão na política monetária brasileira, com a expectativa de cortes significativos na taxa básica de juros, a Selic. Analistas de mercado e economistas preveem que este movimento será impulsionado por um cenário doméstico de menor inflação e desaceleração econômica, somado a tendências internacionais que poderão influenciar as decisões do Banco Central. Atualmente, o Brasil mantém uma das maiores taxas de juros reais do mundo, um fator que tem gerado críticas do setor produtivo e levantado questionamentos sobre o momento ideal para iniciar um ciclo de flexibilização. A cautela das autoridades monetárias tem sido a tônica nos últimos meses, mas os fundamentos econômicos para o próximo biênio sugerem uma mudança de rota que poderá aliviar o custo do crédito e estimular a atividade econômica. A análise detalhada das condições presentes e futuras é essencial para compreender a trajetória da política de juros. O horizonte dos cortes de juros em 2026 A projeção de cortes na taxa de juros para 2026 é fundamentada principalmente em duas frentes: a expectativa de uma inflação mais controlada e um processo de desaceleração econômica. Esses dois pilares são interligados e refletem o impacto das decisões de política monetária tomadas nos anos anteriores. A manutenção da Selic em patamares elevados por um período prolongado visa justamente conter o avanço dos preços, e seus efeitos tendem a se manifestar com defasagem na economia real. Inflação em declínio e moderação econômica A principal justificativa para a redução dos juros reside na antecipação de um ambiente inflacionário mais benigno. Dados recentes já apontam para uma tendência de arrefecimento dos índices de preços, e a expectativa é que essa moderação se consolide ao longo de 2026. Diversos fatores contribuem para essa perspectiva, incluindo a estabilização das cadeias de suprimentos globais, a acomodação dos preços de commodities e, internamente, o efeito da política monetária restritiva que permeou os anos anteriores. Uma inflação sob controle permite ao Banco Central maior margem para atuar na flexibilização dos juros sem comprometer o poder de compra da moeda. Paralelamente, a economia brasileira deverá experimentar uma desaceleração. Embora a previsão não aponte para uma recessão, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2026 deve ser mais moderado em comparação com 2025. Esse cenário é uma consequência natural do ciclo de juros altos, que encarece o crédito para empresas e consumidores, desestimula investimentos e freia o consumo. A Selic em 15% por um período estendido tem o propósito de esfriar a economia para combater a inflação, e a materialização dessa moderação econômica é um pré-requisito para o início do ciclo de cortes. O desafio é equilibrar a redução da inflação com a sustentabilidade do crescimento, evitando um impacto excessivo na atividade produtiva e no emprego. A política monetária brasileira e a pressão do mercado A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa Selic em 15% pela quarta vez consecutiva reflete a postura de cautela do Banco Central diante de um cenário ainda desafiador. Contudo, essa prudência tem sido alvo de críticas por parte do setor produtivo, que clama pelo início dos cortes de juros para aliviar a carga financeira das empresas e impulsionar a recuperação econômica. A cautela do Banco Central e o cenário atual A manutenção da taxa Selic em um patamar tão elevado, conforme a última decisão do Copom, é justificada pela necessidade de assegurar a convergência da inflação para as metas estabelecidas. O Banco Central tem demonstrado preocupação com riscos fiscais, expectativas inflacionárias ainda desancoradas em horizontes mais longos e a volatilidade do cenário global. Essa abordagem conservadora visa solidificar a trajetória de queda da inflação antes de iniciar um ciclo de cortes, garantindo que as reduções sejam sustentáveis e não gerem um repique nos preços. Apesar de não ter sinalizado diretamente mudanças no comunicado mais recente, a dinâmica inflacionária e a desaceleração da atividade econômica são fatores que, no médio prazo, tendem a criar condições para a flexibilização. Críticas e comparações internacionais A postura do Banco Central tem sido duramente criticada pelo setor produtivo, que argumenta que a Selic alta eleva os custos de produção, inibe investimentos e afeta a competitividade das empresas. Em contraste com outras economias emergentes, o Brasil se destaca por ser um dos únicos países que não iniciou um ciclo de corte de juros recentemente, mantendo-se em um patamar elevado. Essa particularidade é evidenciada pela alta taxa de juros real do país, que é a segunda maior do mundo. A taxa de juros real, que desconta a inflação da taxa nominal, indica o quanto o retorno de um investimento excede a perda do poder de compra da moeda. Um juro real elevado tende a atrair capital especulativo, mas desestimula o investimento produtivo de longo prazo, impactando negativamente o crescimento sustentável e a geração de empregos. A pressão por uma mudança de rumo é constante, com o argumento de que a manutenção de juros tão elevados sufoca a economia sem necessidade, dado o arrefecimento da inflação. Cenário global e os próximos passos no Brasil As decisões de política monetária no Brasil não ocorrem em um vácuo. O cenário internacional, especialmente as ações dos bancos centrais de economias desenvolvidas, tem um peso considerável sobre as expectativas e as estratégias do Banco Central brasileiro. Compreender essas interconexões é crucial para antever os movimentos da Selic. Impacto das decisões internacionais O cenário internacional para 2026 promete novidades na política monetária global, com destaque para os Estados Unidos. A Federal Reserve (Fed) já demonstrou sinais de flexibilização, reduzindo seus juros em 0,25 ponto percentual, para um intervalo de 3,5% a 3,75%. Esse movimento é um indicativo de que as grandes economias podem estar se preparando para um ambiente de juros mais baixos, o que aliviaria a pressão sobre os países emergentes. Um fator adicional de incerteza e interesse é a possível mudança na liderança do Fed, com a expectativa de um novo presidente, cujo direcionamento político será fundamental para o mercado global. Nos EUA, a expectativa é que a



