2025/12 — Deputados petistas: Hugo Motta perdeu autoridade e apelou ao autoritarismo
A Câmara dos Deputados foi palco de intensas discussões e tensões políticas na última semana, culminando em críticas contundentes à conduta do deputado Hugo Motta. Após a polêmica retirada à força do deputado Glauber Braga do plenário e a subsequente aprovação do controverso Projeto de Lei da Dosimetria na madrugada de quarta-feira, parlamentares do Partido dos Trabalhadores (PT) levantaram sérias preocupações. Nos corredores e no próprio plenário, a conversa girava em torno da percepção de que Motta, na condução dos trabalhos, perdeu autoridade e, pior, apelou para o autoritarismo. Este cenário acende um alerta sobre a governabilidade e a dinâmica das relações políticas no parlamento, questionando a forma como a pauta legislativa tem sido conduzida e a capacidade de diálogo entre as diferentes bancadas, especialmente em momentos de alta polarização e temas sensíveis à sociedade brasileira. A situação expõe fissuras profundas na já delicada harmonia do Congresso Nacional. O contexto da escalada de tensões na câmara A remoção de Glauber Braga: um ponto de inflexão A turbulência na Câmara dos Deputados atingiu um novo patamar com a remoção forçada do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) do plenário. O incidente, ocorrido durante uma sessão que já se mostrava acalorada, gerou condenação generalizada entre as bancadas de oposição e levantou questionamentos sobre o respeito aos direitos regimentais dos parlamentares. Braga, conhecido por sua postura combativa e intervenções incisivas, estaria no centro de um debate inflamado, cujos detalhes sobre a infração específica que justificaria sua expulsão ainda são motivo de controvérsia. De acordo com relatos, a medida foi executada por seguranças da Casa por ordem da Mesa Diretora, sob a alegação de desrespeito ao regimento interno. Para muitos, a ação foi desproporcional e representou um ato de força contra a liberdade de expressão parlamentar. A imagem do deputado sendo retirado à força reverberou pelas redes sociais e pela mídia, alimentando o discurso de que a presidência da sessão estaria utilizando de meios autoritários para calar vozes dissonantes, especialmente as da oposição. Este episódio não apenas feriu a imagem do parlamento, mas também aprofundou as divisões políticas já existentes, criando um ambiente de desconfiança e ressentimento entre os deputados. A controversa votação do PL da dosimetria Horas após o incidente com Glauber Braga, a Câmara prosseguiu com a votação de um dos projetos mais sensíveis da pauta: o Projeto de Lei da Dosimetria. Aprovado na madrugada de quarta-feira, o PL gerou vasta discussão e críticas por parte de diversas frentes, incluindo setores jurídicos e de direitos humanos, que alertam para o potencial impacto sobre o sistema penal brasileiro. O projeto, que trata de aspectos relacionados à aplicação das penas, é visto por críticos como um retrocesso na legislação penal, podendo levar ao aumento da rigidez punitiva e à superlotação carcerária sem, contudo, resolver os problemas de fundo da criminalidade. A escolha de votar um projeto de tamanha complexidade e relevância social em um horário tão avançado, conhecido como “sessão da madrugada”, é frequentemente vista como uma tática para reduzir o escrutínio público e aprofundar o debate entre os parlamentares. Essa prática, embora regimental, é motivo de críticas constantes, pois dificulta a participação efetiva de todos os deputados e a compreensão plena dos detalhes por parte da sociedade. A junção desses dois eventos — a remoção de um deputado e a aprovação de um PL controverso em circunstâncias questionáveis — criou o pano de fundo perfeito para as críticas direcionadas à liderança de Hugo Motta. Críticas petistas: perda de autoridade e autoritarismo A visão dos deputados do PT sobre a conduta de Motta Para os deputados do Partido dos Trabalhadores, as ações e a postura de Hugo Motta na condução dos trabalhos legislativos, especialmente nos dias que se seguiram aos eventos descritos, revelaram uma grave deterioração de sua autoridade política e uma inclinação perigosa ao autoritarismo. Segundo parlamentares petistas, a autoridade de um líder no Congresso não se sustenta apenas pela força do regimento, mas, primordialmente, pela capacidade de dialogar, mediar conflitos e construir consensos. A decisão de remover um deputado do plenário, especialmente em um ambiente já conflagrado, foi interpretada como uma incapacidade de gerenciar a divergência política de forma democrática. Além disso, a forma como a pauta foi conduzida, forçando votações importantes em horários desfavoráveis e aparentemente ignorando a oposição, solidificou a percepção de que Motta estaria utilizando as ferramentas regimentais para impor sua vontade ou a de seu grupo político. “Um líder perde a autoridade quando precisa apelar para a coerção ao invés da persuasão. E usar o regimento para silenciar vozes é a manifestação mais clara de autoritarismo”, afirmou um deputado petista em conversa informal no plenário. Eles argumentam que a prerrogativa de conduzir as sessões deve ser exercida com moderação e respeito à pluralidade de ideias, e que a falta dessas qualidades compromete a legitimidade das decisões tomadas. Impacto na liderança da câmara e no processo legislativo A percepção de que Hugo Motta teria perdido autoridade e apelado ao autoritarismo não se restringe apenas ao campo das críticas ideológicas. Ela tem implicações diretas na capacidade de governança da Câmara e na eficácia do processo legislativo. A confiança entre os líderes de bancada é um pilar fundamental para a tramitação de projetos e a formação de maiorias. Quando essa confiança é abalada, como parece ser o caso, a articulação política se torna mais difícil, os acordos são rompidos e o ambiente geral se torna de permanente embate. A oposição, ao se sentir desrespeitada e silenciada, tende a intensificar suas táticas de obstrução, o que pode atrasar ou inviabilizar a aprovação de matérias consideradas essenciais para o governo. Além disso, a imagem de uma Câmara que recorre à força e a manobras regimentais para aprovar projetos importantes pode afetar negativamente a percepção pública sobre a instituição e a democracia brasileira como um todo. A liderança de Motta, neste cenário, enfrenta o desafio de reconstruir pontes e demonstrar uma capacidade de diálogo que, no momento, é questionada por uma parcela significativa do parlamento. Perspectivas sobre a condução da câmara A efervescência política na



