2025/12 — Bolsas da Ásia fecham em alta com expectativa de alívio nos juros
O mercado acionário asiático encerrou a semana em território positivo, impulsionado por uma forte expectativa de que o Federal Reserve dos Estados Unidos possa iniciar um ciclo de cortes nas taxas de juros em 2026. Essa perspectiva global gerou um otimismo generalizado entre os investidores, tornando ativos de risco, como ações, mais atraentes e estimulando a valorização em diversas praças financeiras da região. Em Tóquio, por exemplo, o índice Nikkei registrou um avanço superior a 1%, sinalizando a recuperação de setores estratégicos. Embora o mercado chinês também tenha acompanhado a tendência de alta, seus ganhos foram mais contidos, refletindo os esforços do governo de Pequim para gerenciar desafios internos, como o setor imobiliário e a demanda de exportação, enquanto busca fomentar o consumo doméstico para garantir a estabilidade econômica. Mercados regionais impulsionados por expectativas globais e fatores locais A performance das bolsas asiáticas nesta sexta-feira foi majoritariamente positiva, com a maioria dos índices registrando ganhos substanciais. A confiança dos investidores na região foi amplamente sustentada pela crença de que a política monetária expansionista dos EUA, com potenciais cortes nas taxas de juros a partir de 2026, poderá aliviar a pressão sobre os mercados emergentes e globais, barateando o crédito e incentivando investimentos em mercados de maior risco. Essa narrativa global se entrelaçou com dinâmicas corporativas e macroeconômicas locais, criando um cenário de otimismo cauteloso. Japão e Coreia do Sul: Dinâmicas corporativas e monetárias sob o microscópio Em Tóquio, o índice Nikkei 225 se destacou, fechando com uma robusta alta de 1,4%, atingindo 50.836,55 pontos. Um dos principais motores dessa ascensão foi a recuperação parcial do conglomerado Softbank, cujas ações valorizaram 3,9%. Este movimento reflete uma renovada confiança em seus investimentos em tecnologia e startups, após um período de volatilidade. Os investidores japoneses mantêm-se atentos aos dados econômicos mais recentes e às diretrizes políticas anunciadas pela primeira-ministra Sanae Takaichi, especialmente antes da aguardada reunião do Banco do Japão (BoJ) na próxima semana. A expectativa é que o BoJ possa oferecer mais clareza sobre seus planos de política monetária, que têm sido um ponto focal para o mercado em meio a esforços para controlar a inflação e estimular o crescimento econômico doméstico. Em Seul, o índice Kospi seguiu a tendência de alta, registrando um avanço de 1,4% para 4.167,16 pontos. Empresas do setor aeroespacial tiveram um desempenho notável, com Hanwha Aerospace subindo 6,3% e Korea Aerospace valorizando 5%. Esse desempenho pode ser atribuído a um aumento na demanda por tecnologias de defesa e aeroespaciais, tanto no cenário doméstico quanto internacional, impulsionado por tensões geopolíticas e investimentos em inovação. No entanto, o dia não foi positivo para todos os setores. A Samsung Fire & Marine Insurance sofreu uma queda acentuada de 22%. A empresa, em teleconferência recente com analistas, atribuiu o declínio a uma série de fatores adversos. Condições climáticas desfavoráveis, que têm se agravado nos últimos quatro anos, resultaram em um aumento significativo no índice de sinistralidade – a proporção de prêmios que são pagos em sinistros. Isso impactou negativamente o lucro e prejuízo do setor de seguros como um todo, levando a Samsung Fire & Marine Insurance a considerar a possibilidade de aumentar seus prêmios no próximo ano para mitigar perdas futuras e reequilibrar suas operações. China e Hong Kong: Navegando desafios e capitalizando oportunidades A dinâmica dos mercados na China continental e em Hong Kong apresentou cenários ligeiramente distintos, refletindo as particularidades econômicas e políticas de cada região. Enquanto a China lida com a reestruturação de sua economia, Hong Kong solidifica sua posição como um centro financeiro global, especialmente para aberturas de capital. Planos de Pequim e o crescimento dos IPOs de Hong Kong Na China continental, os principais índices registraram ganhos mais modestos em comparação com outras bolsas asiáticas. O Xangai Composto avançou 0,4%, para 3.889,35 pontos, enquanto o Shenzhen Composto, que inclui empresas de tecnologia e crescimento, computou um ganho de 0,7%, atingindo 2.473,40 pontos. Apesar dos esforços do governo de Pequim para delinear novos planos que visam impulsionar a demanda interna e estabilizar a economia, os mercados chineses enfrentam desafios persistentes. O setor imobiliário continua sendo uma preocupação significativa, com várias grandes incorporadoras lidando com altos níveis de endividamento e a necessidade de reestruturação. Além disso, as “resistências diante das suas fortes exportações” – decorrentes de tensões comerciais globais, mudanças nas cadeias de suprimentos e uma desaceleração da demanda internacional – também contribuem para a cautela dos investidores. O governo chinês tem focado em estratégias de crescimento mais sustentável e na redução da dependência de exportações, priorizando o consumo e o investimento interno. Em contraste, Hong Kong teve um dia mais robusto. O índice Hang Seng, principal referencial da cidade, encerrou o pregão com um notável ganho de 1,7%, fechando em 25.976,79 pontos. Um dos destaques foi a notícia de que quatro empresas anunciaram planos para realizar ofertas públicas iniciais (IPOs) na bolsa de Hong Kong. Entre elas estão a corretora Nanhua Futures, a operadora de hospitais BenQ BM, a operadora de serviços de turismo Impression Dahongpao e a empresa de biotecnologia B&K. Essa onda de novas listagens reforça a posição de Hong Kong como um dos principais destinos globais para aberturas de capital neste ano. A atratividade da cidade reside em seu robusto ecossistema financeiro, conectividade com o mercado da China continental e um ambiente regulatório que, apesar das recentes mudanças políticas, continua a atrair empresas em busca de capital. Em Taiwan, o índice Taiex também registrou uma valorização, marcando um avanço de 0,6%, para 28.198,02 pontos, alinhando-se à tendência geral de otimismo regional impulsionada pelo setor de tecnologia. Sydney acompanha o otimismo regional Na Oceania, o mercado acionário australiano também acompanhou o sentimento positivo predominante na Ásia. O índice S&P/ASX 200 fechou em alta de 1,23% em Sydney, atingindo 8.697,30 pontos. A performance da bolsa australiana é frequentemente influenciada por fatores globais, especialmente pela demanda por commodities, das quais a Austrália é uma grande exportadora, e pelas expectativas de política monetária de grandes bancos centrais, como o Federal Reserve. O otimismo em relação a



