2025/12 — Beto Louco, empresário foragido, teria presenteado Davi Alcolumbre com Mounjaro antes da liberação pela Anvisa

Empresário investigado pela PF teria intermediado entrega de medicamento

Mensagens trocadas entre Roberto Augusto Leme da Silva, conhecido como Beto Louco, e um motorista particular revelam um suposto presente de canetas de Mounjaro ao senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), atual presidente do Senado Federal. Beto Louco é um empresário investigado pela Polícia Federal por liderar um esquema de fraude em combustíveis e lavagem de dinheiro, e encontra-se foragido após operações da corporação.

As conversas, obtidas pelo UOL, datam de agosto de 2024, período em que o uso do Mounjaro para perda de peso ainda não havia sido liberado pela Anvisa no Brasil, o que só ocorreu em junho de 2025. Na época, a obtenção do medicamento no mercado paralelo, frequentemente por meio de pessoas com viagens internacionais, custava cerca de R$ 15 mil por mês.

Encontro em aniversário e pedido de medicamento

Um dia antes das mensagens em questão, em 5 de agosto, ocorreu um almoço na residência de Antonio Rueda, presidente do União Brasil, para celebrar seu aniversário de 49 anos. Segundo relatos, Davi Alcolumbre e Beto Louco estiveram presentes no evento. Durante o encontro, o senador teria mencionado a dificuldade dele e de outros colegas em adquirir Mounjaro no Brasil.

Em resposta, Beto Louco teria informado sobre uma mulher, Franciele, capaz de fornecer o medicamento devido a viagens frequentes para Dubai. O empresário se comprometeu a conseguir as canetas com essa intermediária em São Paulo e providenciar a entrega em Brasília.

Motorista e assessor parlamentar envolvidos na entrega

No dia 6 de agosto, Beto Louco contatou o motorista particular para solicitar seus serviços para a entrega de um “medicamento” que chegaria a Brasília via voo comercial. Durante as trocas de mensagens, o motorista demonstrou conhecer o senador Alcolumbre, perguntando se a entrega seria “para o Davi?”.

Horas depois, a missão foi concluída. Uma mensagem de áudio enviada por Janduí Nunes Bezerra Filho, então motorista pessoal de Alcolumbre e atual auxiliar parlamentar em seu gabinete, confirmou a entrega bem-sucedida. “Fala pra ele que tá entregue, tá tudo ok. O senador já tá até sabendo, já falei com ele aqui. Dei um jeito de falar com ele aqui que recebi, já tá entregue”, disse Janduí no áudio.

Senador e defesa de Beto Louco não comentam o caso

Procurado pela reportagem, Davi Alcolumbre, por meio de sua assessoria, não respondeu às perguntas sobre sua relação com Beto Louco, o pedido de Mounjaro, se o medicamento era para ele ou para outros senadores, e se tinha conhecimento sobre as investigações envolvendo o empresário em fraudes de combustíveis e possível ligação com o PCC.

A defesa de Beto Louco declarou desconhecer os fatos e negou qualquer relação do empresário com o PCC, afirmando que “não existe nenhuma evidência probatória que dê liame a essa falsa alegação”. Janduí Nunes Bezerra Filho confirmou a veracidade do áudio e a entrega do medicamento.

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