O Comitê Olímpico Internacional (COI) marcou uma significativa mudança em sua política nesta quinta-feira (11), ao dar luz verde para que atletas juniores da Rússia e da Bielorrússia possam retornar às competições internacionais. A decisão, tomada após uma recomendação aprovada na 14ª Cúpula Olímpica, realizada em Lausanne, permite que esses jovens esportistas participem de eventos, inclusive em modalidades coletivas, utilizando seus hinos e bandeiras nacionais. Esta flexibilização contrasta com as restrições mais severas impostas desde o início da guerra na Ucrânia, as quais permanecem em vigor para atletas profissionais. A medida reflete a visão do COI de que os jovens não devem ser penalizados pelas ações de seus governos, reafirmando o esporte como um pilar de esperança e coexistência pacífica no cenário global.
Uma nova diretriz para jovens talentos no esporte global
A aprovação do Comitê Olímpico Internacional para o retorno de atletas juniores russos e bielorrussos às competições internacionais com a plena representação de seus países marca um ponto de inflexão na política esportiva global. Desde fevereiro de 2022, quando a invasão da Ucrânia levou à imposição de sanções abrangentes, atletas de ambas as nações enfrentaram restrições severas. A medida de então visava condenar as ações governamentais e solidarizar-se com a Ucrânia, resultando na proibição de hinos e bandeiras, e até mesmo na suspensão completa em algumas modalidades.
A recente decisão, formalizada durante a 14ª Cúpula Olímpica, em Lausanne, foi precedida por um debate interno no conselho executivo do COI. Representantes das federações internacionais, dos comitês olímpicos nacionais, de atletas e de entidades antidoping validaram a proposta que, até então, não havia sido tornada pública. Esta flexibilização sinaliza uma abordagem matizada por parte do COI, que busca equilibrar a responsabilidade de condenar conflitos com o princípio de que indivíduos, especialmente os mais jovens, não devem ser responsabilizados por atos governamentais. A entidade defende que o esporte deve continuar a ser “uma fonte de esperança” e um espaço onde a competição ocorra sob regras iguais e com respeito mútuo, independentemente da nacionalidade.
A gradualidade na implementação e o papel das federações
Apesar do aval do Comitê Olímpico Internacional, as federações esportivas internacionais alertaram que a implementação desta nova diretriz não será imediata e deverá ocorrer de forma gradual. Este processo faseado reconhece a complexidade logística e política de reintegrar atletas russos e bielorrussos em um ambiente global ainda tenso. Cada federação terá a autonomia para definir os termos e o cronograma para a reinserção dos juniores em suas respectivas modalidades, levando em conta suas próprias regras, calendários e a capacidade de garantir um ambiente competitivo justo e seguro. A Cúpula Olímpica, realizada anualmente em dezembro e tradicionalmente a portas fechadas, é um fórum crucial onde diretrizes estratégicas são debatidas e antecipam decisões formais do COI e das federações, consolidando sua influência na governança esportiva mundial.
Distinção clara entre juniores e profissionais
É fundamental sublinhar que a nova recomendação do COI estabelece uma distinção clara e rigorosa entre atletas juniores e profissionais. Enquanto os jovens ganham sinal verde para competir sob suas identidades nacionais e em esportes coletivos, os atletas profissionais da Rússia e da Bielorrússia permanecem submetidos às normas previamente estabelecidas e mais restritivas.
As regras persistentes para atletas profissionais
Para os atletas profissionais, as condições de participação em eventos internacionais não sofreram alteração. Eles continuam autorizados a participar apenas como indivíduos, sob uma bandeira neutra e sem qualquer simbologia nacional de seus países. Adicionalmente, a participação é condicionada à ausência de manifestação pública de apoio à guerra na Ucrânia e à não integração em forças armadas ou serviços de segurança. Estas condições visam garantir que a participação de atletas profissionais não seja interpretada como um endosso às ações governamentais, mantendo uma postura de neutralidade estrita por parte do movimento olímpico. As sanções gerais, impostas desde fevereiro de 2022, também continuam a proibir dirigentes esportivos russos e bielorrussos de atuar em competições globais, e a realização de quaisquer eventos esportivos internacionais em território russo permanece vetada. Esta dupla abordagem do COI busca equilibrar a proteção dos direitos dos jovens atletas com a manutenção da condenação às ações governamentais que levaram ao conflito.
Perguntas frequentes sobre o retorno de atletas russos e bielorrussos
Quais atletas russos e bielorrussos podem retornar com suas bandeiras e hinos?
Apenas atletas juniores (jovens) foram autorizados a retornar às competições internacionais com seus hinos e bandeiras nacionais, inclusive em esportes coletivos.
As regras mudaram para atletas profissionais da Rússia e Bielorrússia?
Não. Atletas profissionais continuam autorizados a competir apenas como indivíduos neutros, sem bandeiras ou hinos nacionais, e sob a condição de não terem apoiado a guerra e não pertencerem a forças armadas ou serviços de segurança.
Qual o principal motivo para a flexibilização das regras para atletas juniores?
O Comitê Olímpico Internacional (COI) argumenta que atletas, especialmente os jovens, não devem ser responsabilizados pelas ações de seus governos, e que o esporte deve permanecer uma fonte de esperança e um espaço de competição justa e respeito mútuo.
As federações internacionais são obrigadas a aceitar imediatamente esta recomendação?
A implementação deverá ocorrer de forma gradual, com as federações internacionais alertando para a necessidade de um processo faseado para a reintegração desses atletas, respeitando as especificidades de cada modalidade.
A decisão do Comitê Olímpico Internacional de permitir o retorno de atletas juniores russos e bielorrussos com seus símbolos nacionais representa um passo significativo e complexo na política esportiva global. Ao traçar uma linha clara entre a responsabilidade individual dos jovens atletas e as ações de seus governos, o COI busca equilibrar os princípios de não discriminação e a condenação contínua da guerra na Ucrânia. Enquanto a medida pode ser vista como um gesto em direção à normalização para as novas gerações, ela sublinha a persistência das tensões geopolíticas que continuam a moldar o panorama esportivo internacional, com os atletas profissionais ainda sujeitos a restrições rigorosas. A implementação gradual e o acompanhamento das federações internacionais serão cruciais para o sucesso e a aceitação desta nova diretriz e para o futuro da participação desses países nos grandes eventos esportivos.
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Fonte: https://jovempan.com.br