A Grande São Paulo amanheceu, pelo quinto dia consecutivo, com aproximadamente 160 mil imóveis ainda sem energia elétrica neste domingo (14). A interrupção no fornecimento, que afeta os moradores desde a última terça-feira (9), foi causada por um ciclone extratropical que atingiu o estado, derrubando mais de 1.600 árvores e causando danos extensos à rede elétrica.
Impacto Prolongado e Causas
O ciclone extratropical provocou um vendaval considerado o mais prolongado em 19 anos na área de concessão da Enel-SP. No auge da crise, nos dias 10 e 11, cerca de 2,2 milhões de clientes chegaram a ficar sem luz. A queda massiva de árvores foi um dos principais fatores que contribuíram para a interrupção do serviço em diversas localidades, exigindo a reconstrução de parte da infraestrutura elétrica.
Enel Promete Restabelecimento
A concessionária de energia Enel reiterou, em nota enviada à CNN Brasil, que o fornecimento de energia para todos os clientes afetados em São Paulo será restabelecido até o fim deste domingo (14). A empresa confirmou a manutenção do prazo na manhã de hoje, buscando acalmar a população que sofre com a situação.
Desafios da Reconstrução da Rede
Segundo a Enel, o processo de restabelecimento em algumas regiões é particularmente complexo. A companhia explica que envolve a reconstrução completa da rede, a substituição de postes e transformadores danificados, e em certos casos, a recondução de cabos que se estendem por quilômetros. Esses desafios técnicos contribuem para a demora na normalização do serviço.
Onda de Protestos e Prejuízos
A paciência dos clientes se esgotou, resultando em uma série de protestos contra a Enel entre sexta-feira (12) e sábado (13). Imagens de cidadãos do Bixiga, no centro da capital, em passeata por ruas escuras, exemplificam a indignação. Clientes relataram à CNN Brasil que, apesar dos contatos constantes com a empresa, os prazos para solução não foram cumpridos. Além da falta de luz, muitos foram afetados pela falta de água e perdas financeiras significativas, como um morador que contabilizou R$ 900 em itens estragados na geladeira. O Ministério Público de Contas de São Paulo (MPTCU) já pediu a suspensão da renovação da concessão da Enel após a crise.
